Por um golo assim, capaz de misturar um positivo género fúria e colocação, vale a pena esperar. Mais ainda tratando-se de um golo redentor, dos que fazem as pazes com a justiça. Depois de muitos ensaios e prenúncios, aconteceu já ao 87º minuto. No pé esquerdo de Rodríguez e no desenlace de uma demonstração de fibra, que acabaria por reverter um resultado negativo, trocando as voltas ao destino que as manchas de um jogo pareciam irreversivelmente traçar.
Num encontro de equipas gémeas na estratégia e semelhantes na atitude, foi a qualidade de execução que traçou distâncias, alargadas em menos de vinte minutos, sensivelmente o tempo bastante para o FC Porto vincar superioridade e dispor de três ocasiões soberanas para se colocar em vantagem, antes mesmo de Ricardo ter ganho o duelo a Falcao, na ponta final de uma de várias jogadas de entendimento entre Rúben Micael e Rodríguez.
Sem que se percebesse exactamente como ou porquê, a bola parava na marca de grande penalidade, por indicação do árbitro, no pressuposto de que Bruno Alves, na disputa da posição, teria derrubado Sougou. Académica em vantagem. Mas por três minutos apenas. Refeito da exibição do cartão amarelo que surpreendeu toda a plateia, poucos segundos depois de Nuno Coelho ter interrompido com o braço um lance de ataque portista na área da Académica, sem sanção técnica ou disciplinar, Bruno confirmou o golo do empate sobre a linha de baliza, atenuando a injustiça e reduzindo os efeitos do resultado a um mal menor.
A reversão ficava guardada para mais tarde, para lá de um sem-número de situações em que a vantagem portista se fazia anunciar e da reconfiguração do adversário numa trama de contra-ataque claramente assumido. A justiça, que tardou, chegou aos 83 minutos, num remate fulminante de Rodríguez, superiormente assistido por Varela.
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