Há jogos que também se fazem de paciência, num registo crescente, num exercício obstinado. Em Vila do Conde, a vitória portista foi assim. Não se conclua, porém, que faltou brilho, até porque houve Hulk. E, se há Hulk, há golo. Desta vez, servido da marca de pontapé de canto, à medida da cabeça de Farías.O que restou do encontro foi um veemente desmentido do equilíbrio inicial e a prova de que a vantagem poderia ter ido além da margem mínima, como demonstram, além das oportunidades, todos os dados estatísticos: do número de ataques (31 contra 51) à quantidade de cantos (5 contra 12), o FC Porto saiu sempre por cima. O desfecho é, portanto, mais do que merecido.Um caprichoso cruzamento dos calendários da Liga e da Taça promoveu os adversários à condição de velhos conhecidos, razão pela qual o jogo não chegou a conhecer preâmbulos, nem reservou grandes segredos. A aproximação às balizas foi, por isso, automática, conseguida aos primeiros minutos, mas incapaz de mexer com o resultado, apesar de ameaças frequentes e da exploração de um diversificado leque de alternativas.O intervalo chegou sem golos e a segunda parte revelaria apenas uma nuance ligeira, especialmente perceptível na persistência portista, que acentuava os movimentos ofensivos que trabalharam a vantagem, num labor incessante do meio-campo e, em particular, das alas.O golo, fruto de uma evolução crescente, surgiu da cabeça de Farias, cinco minutos depois da entrada em cena do argentino, já para lá de uma grande penalidade ignorada pela equipa de arbitragem, e uma fracção de segundo depois de nova assistência de Hulk, teleguiada desde a marca de canto, que, num gesto tão simples quantro preciso, voltou a ficar intimamente ligado à vitória portista e a cobrir de vergonha os especialistas que correram a catalogar o brasileiro como o jogador da Liga com mais perdas de bola.
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